O ensino da gramática e o chamado preconceito linguístico

Dr. Marco Antônio Bomfoco* A correção linguística e a adesão a normas objetivas não devem ser vistas como formas de preconceito, mas como elementos essenciais para evitar ambiguidades e garantir clareza na comunicação. A pressuposição de que a norma padrão é necessariamente a linguagem da elite privilegiada social e culturalmente é, na verdade, uma ideia prejudicial e autodestrutiva. É descabida a atitude de condenar a norma padrão sob a alegação de que ela restringe a diversidade linguística, pois isso desconsidera a capacidade natural dos falantes de alternarem entre diferentes modalidades linguísticas conforme o contexto, uma habilidade que o gramático Evanildo Bechara descreve como ser “poliglota na própria língua”. Sem uma variedade formal, como poderia o cidadão participar efetivamente do discurso público? O objetivo da norma padrão é proporcionar uma base comum para aprender e para discutir questões e problemas relevantes. Por outro lado, a fala coloqui...